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Humberto Moureira

Uma olhadela na seleção do festival de Cannes; Quem vai ao balneário francês

Entra ano e sai ano, o festival de Cannes permanece como plataforma global para o cinema. O evento francês chega a sua 76ª editano sob a direção artística de Thierry Frémaux e presidido por Iris Knobloch. Em meio aos filmes da seleção, o festival busca traçar um panorama mundial no cinema autoral. Alguns nomes já era dados como certos pois são recorrentes no balneário francês.


Entre os 19 filmes que estão na corrida pela palma de ouro, de toda a América Latina só um: o brasileiro Karim Aïnouz tem estreia do longa Firebrand, com Jude Law no papel de Henrique VIII e Alicia Vikander no papel da sexta esposa do rei, Katherine Parr. O longa é baseado no romance histórico de estreia de Elisabeth Fremantle.


Pelo carpete vermelho que leva ao palácio do festival o elenco estelar de Asteroid City, de Wes Anderson, também será visto. Os procedimentos de uma Convenção Júnior Stargazer são espetacularmente interrompidos por eventos que mudam o mundo. A tragicomédia acontece em uma cidade fictícia nos EUA no ano de 1955. No elenco estão Tom Hanks, Margot Robbie, Scarlett Johansson, Adrien Brody e Steve Carrel. Ainda neste ano, Wanderful Story of Henry Sugar, terá estreia em setembro. É uma produção da Netflix, que não tem lugar em Cannes. Veneza, será?



Jake Ryan, Jason Schwartzman e Tom Hanks no filme Asteroid City de Wes Anderson

O novo western Killers of the Flower Moon de Martin Scorsese, produzido pela Apple, será exibido em Cannes, mas fora de competição. O trabalho terá estreia nos cinemas franceses e a distribuição fica a cargo da Paramount Pictures. Já a abertura do festival fica por conta de Jeanne du Barry, dirigido por Maïwenn, que vive o personagem-título ao lado de Johnny Deep no papel de Luis XV.


O diretor turco Nuri Bilge Ceylan ganhou o FIPRESCI e palma de ouro por Winter Sleep (2014) e três anos mais tarde exibiu em competição The Wild Pear tree (2017). Ele volta outra vez à Croisette com About dry grasses, que tem como linha condutora um professor de uma pequena vila que espera, após um longo tempo uma promoção e mudança para Istambul, mas ele e seu colega Kenan são acusados de violentar duas jovens estudantes.


Presença frequente em Cannes é a austríaca Jessica Hausner, que exibiu Lovely Rita (2001), Hôtel (2004) e Amor Fou (2014) na mostra Un Certain Regard. Com o último ela recebeu o prêmio da FIPRESCI em Veneza e apresentou Little Joe (2019) em competição que premiou a protagonista Emilly Beechman, por sua perfomance. Uma das seis diretoras em competição, dessa vez ela apresenta Club Zero - uma professora aceita um emprego numa escola de elite e forma uma forte ligação com cinco alunos - uma relação que acaba por tomar um rumo perigoso.


Um oficial nazi se apaixona pela mulher do comandante do campo de concentração de Auschwitz. Com essa sinopse que já parece gerar certas controvérsias, o diretor John Glasser vem com The Zone of Interest . Os fãs do celebrado diretor e seu (aclamado por muitos como um dos melhores filmes do século) Under the Skin, com Scarlett Johansson, está em competição.


Depois de ganhar o Grande Prêmio do Júri por Like Father, like Son (2013) e Palma de Ouro por Shoplifters (2018), Hirokazu Kore-eda volta à competição com o filme Monster e marca sua primeira parceria com o compositor recentemente falecido Ryuichi Sakamoto. O cinema do diretor japonês se ocupa principalmente com temas na familiares. Este drama social é sobre uma mãe que suspeita que um professor tenha uma influência negativa sobre seu jovem filho.


Com Carol (2015), protagonizado por Cate Blanchett e Rooney Mara, Todd Hannes se tornou frequente em Cannes. No longa May/December, ele têm Nathalie Portman, Mara e repete a parceria Julianne Moore que atuou em Safe (1995), Far from Heaven (2002) e Wonderstruck (2017). Vinte anos após o seu notório romance em um jornal ter tomado conta da nação, um casal se vê sob pressão quando uma atriz chega para fazer pesquisa sobre o seu passado para um filme.


Alice Rohrwacher apresenta La Chimera que tem como história um jovem arqueólogo que é envolvido em uma rede internacional de roubo de artefatos etruscos. O Longa foi filmado na Itália e é estrelado por Josh O'Connor, Isabella Rossellini, Alba Rohrwacher e pela pela brasileira Carol Duarte (A vida Invisível de Euridice Gusmão).


O rapper e realizador belga com ascendência congolesa Baloji está na mostra Un Certain Regard com Augure. Seu filme é sobre quatro personagens que são considerados bruxos e feiticeiros. Eles encontrarão uma maneira de se ajudar mutuamente em sua tarefa em uma África fantasmagórica. Na mesma mostra está o How to have Sex, debute da diretora inglesa Molly Manning Walker, que tem basta experiencia na câmera. O filme conta a história de três pessoas que lutam com a pressão de seus pares na decisão de fazer (ou não.).



“The New Boy” ©Roadshow Films

O australiano Warwick Thornton ganhou a câmera de ouro com Sansão e Dalila (2009) em Cannes e recebeu vários prêmios da crítica especializada, com Sweet Country (2017) recebe o prêmio especial do júri em Veneza. Ele desembarca no festival francês com The New Boy, um menino aborígine órfão de 9 anos de idade chega na calada da noite a um mosteiro remoto dirigido por uma freira renegada, papel de Cate Blanchett. O trabalho de Thornton traz nova perspectiva sobre o cinema feito com e por indígenas.


A Flor do Buriti atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, dando a conhecer ao espectador um massacre ocorrido em 1940, onde morreram mais de dezenas indígenas. Perpetrado por dois fazendeiros da região, as violências praticadas naquele momento continuam a ecoar na memória das novas gerações” segundo a sinopse do novo longa da brasileira Renée Nader Messora e do português João Salaviza.

Wim Wenders vem em dose dupla. Perfect days, tem roteiro escrito por Wenders e Takuma Takasaki e segue Hirayama (Kōji Yakusho), que parece totalmente satisfeito com sua vida simples como faxineiro de banheiros em Tóquio. Fora de sua rotina diária muito estruturada, ele desfruta de sua paixão pela música e pelos livros. Ele adora árvores e tira fotos delas. Uma série de encontros inesperados revela gradualmente mais de seu passado. Relembrando o memorável Pina (2011), em uma sessão especial acompanhamos em documentário 3D a jornada do artista alemão Anselm Kiefer.


Ainda na sessão especial está Occupied City, de Steven MCQueen, um documentário sobre Amsterdã sob ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1940 e 1945. Kleber Mendonça Filho, em seu documentário Retratos Fantasmas, mostra uma cidade Recife como espaço histórico e humano. Ele desenvolve a narrativa através dos cinemas que funcionaram como espaços de convívio duante o século passado.


Fora de competição está a esperada série The Idol, da HBO, criado por Abel "The Weeknd" Testfaye, Reza Fahim e Sam Levinson (Euforia, 2019) e o quinto Indiana Jones é dirigido por James Mangold, responsável por filmes como Logan (2013), The Wolverine (2017) e por Ford v Ferrari (2019).

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