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Humberto Moureira

"Three Billboards Outside Ebbing, Missori”agrada o público e crítica



Three Billboards Outside Ebbing, Missori, (2017) o terceiro longa de ficção escrito e dirigido

por Martin McDonagh, teve estreia oficial no festival de cinema de Veneza na competição oficial, é um exemplo de filme que todo mundo quer assistir em um festival e debater.


É bem verdade que alguns filmes tem uma vida bem curta. Depois do festival todo mundo não se ouve falar do longa, mas a história por aqui é bem diferente. Mildred Hayes, uma interpretação de Frances McDormand que recebeu o Oscar de melhor atriz prinicpal por essa perfomance, decide instalar três painéis gigantes (os populares outdoors que há anos não são mais permitidos na cidade de São Paulo). Sua filha Angela, Kathryn

Newton, foi morta e durante o homícidio foi violentada sexualmente. O motivo das

placas gigantes é pressionar a policia da cidade para dar continuidade nas investigações do caso e prender o culpado – uma busca por justiça. É claro, que o ato de Mildred não agrada a maioria dos moradores da cidade e do seu filho que quer esquecer o que acontece com a irmã.


É filme sobre a força de uma mulher que, de fato, precisa enfrentar deus e mundo para

trazer às claras o que aconteceu com sua filha. Desde de conseguir o dinheiro para a

instalação dos três cartazes gigantes em vermelho com texto em preto que dizem:

“Estuprada enquanto morria”, “Ainda não capturado?” e finalmente “Como é possível,

Chief Willoughby?” até mantê-los e se levantar contra uma cidade que se mostra

patriarcal e com receios do que pode vir à tona.


Numa cena hilária o padre tenta convencer a protagonista na retirada dos billboards.

A tragicomédia de McDonagh é regida pela fúria de Mildred e que associada a um

elenco afiado, entrega uma delicia narrativa. A instalação dos outdoors atacam a

complacência da polícia local, especificamente na pessoa de xerife Bill Willoughby,

Woody Harrelson, por falhar na captura dos culpado. Em sequências ótima Mildred o

acusa de “estar ocupado demais na tortura de pessoas negras”. O roteiro é muito bem

arramado, com dialógos que não perdem a dramaticidade.


Com elementos de suspense, se engana quem acredita que o filme vai só denúnciar a

falta de esforços da polícia. É um quebra-cabeça que, por vezes, é bastante emocional

e Robin, Lucas Hedges, filho de Mildred, cautelosamente nos dá pistas de que a

convivência com a mãe não é nenhum mar de rosas. Clark Peters, o novo xerife da

cidade (sem spoilers, ok?), mais um vez dá uma aula de interpretação e uma grande

surpresa, por assim dizer a cereja do bolo é a atuação de Sam Rockwell, como Dixon,

um policial que é reconhecidamente um loser, mas que tem um reviravolta na

história totalmente crível numa interpretação magistral.



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