A gentrificação e problemas de moradias tem sido discutido ao redor do mundo. Em
Locarno, foi exibido um dos hits de Sundance, o primeiro longa do diretor Joe Talbot
com seu amigo de longa data Jimmie Tails, que retrata a história de um jovem negro
que tenta manter a casa que seu avô construiu em bairro habitato comumente por
pessoas brancas. “É uma carta de amor à São Francisco”, segundo Tails.
O projeto teve inicio em 2014, antes do curta-metragem American Paradise (2017),
onde Fails também atua. O duo teve uma ajudinha de Barry Jenkins e é possível ver
que longa tem referências de Medicine for Melancholy, onde um casal de afro
americano procuram um lugar para morar e de American Project, de Sean Baker.
O projeto começou com um campanha através do Kickstarter e consegui 70 mil doláres
para seu financiamentto. Curiosamente, Danny Glover, também está no elenco. “O
Danny é de São Francisco. Descobriu que estavamos escrevendo o roteiro do filme e
me ligou”, diz Tails. “Ainda não sei como ele conseguiu meu telefone”, acrescenta aos
risos.
The Last Black Man in San Francisco é produzido pela A24, também produtora de
filmes queridnhos nos festivais como The Light House, de Robert Eggers, Lady Bird, de
Greta Gerwig e Good Time, dos irmãos Safdie.
Baseado na história familiar e pessoa de Tails, o diretor decidiu manter o nome do
personagem Jimmie. O elenco também conta com Rob Morgan (Mudbound, 2017),
Tichina Arnold (Todo Mundo Odeia o Chris, 2005- 2009). Jimmie embarca em suas
aventuras ao lado de Montgomery (Mont), vivido por Jonathan Majors. Grande parte
do elenco é de moradores de São Francisco.
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Locarno
O longa é contado através de personagens que se assumem como caricaturas em um
cidade: um pastor que prega para poucos, um homem que se espera no ponto de
ônibus nú. “São Francisco tem o reduto de artista, da comunidade LGBTQ, mas a
gentrificação tem mudado isso”, diz Talbot. “A cidade não é a mesma.”
A história toma contornos de fantasia e tem um texto poético. Na sequência inicial
uma garotinha
perambula pelo parque, onde homens usam roupa contra
radiação e fazem a limpeza do lago. No desenrolar de uma narrativa que quebra a
concepção de masculino no cinema, a história deixa mais dúvidas do responde, mas o
cinema não é só a arte da emoção, é também do questionamento.