O documentário Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho, teve estreia ontem, 19, sala Agnès Varda no festival de cinema de Cannes. Em meio a chuva fina, com dezenas de pessoas sem ingresso na fila de "última hora" e na esperança de adentrar o cinema, Mendonça nos exibiu um longa metragem em três atos que mergulha na produção de diretor, mostra a cidade de Recife e a queda dos cinema de rua, fazendo do tempo um personagem no filme.
Mendonça é realizador constante em Cannes. Essa é a quarta produção do diretor no balneário francês. Na Croisette ele exibiu o som ao redor (2012), Aquarius (2016) com Sonia Braga e Bacurau (2019) que arrematou o Grande Prêmio do júri. Já em 2021 ele fez integrou o júri na riviera.
"A anormalidade ficou para trás", disse o realizador na abertura de seu filme. Com a casa cheia e na presença da secretária do audiovisual Joelma Gonzaga. "Ela é a responsável pela política audiovisual do Ministério da Cultura. Pensamos que deveríamos passar essa informação por que isso é bom e o normal é ter alguém do governo nos apoiando e basicamente dizendo 'o que vocês estão fazendo é bom'. A gente não teve isso por sete anos. Então, muito obrigado!".
O longa tem mais duas sessões que já estão esgotadas. O resultado da exibição foram os aplausos de pé e a emoção misturada a esperança de ver os cinemas lotados de filmes brasileiros.