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Humberto Moureira

Berlinale: “The Prayer” faz um retrato sobre relação entre indivíduo e religião




Você é uma pessoa de fé? Deus existe? Como é possível provar a fé? Essas são algumas

das perguntas que pontuam The Prayer, de Cédric Kahn. O longa tem como ponto de

partida a recuperação de Thomas, interpretado pelo ótimo Anthony Bajon.


A entrada do protagonista em uma casa católica de recuperação faz uma observação analítica sobre fé e a instituição Igreja. Por meio do trabalho e da oração, o objetivo do casarão localizada em uma região rural francesa é reintegrar jovens através da cura de seus vícios, mas com o passar do tempo não voltam a viver em sociedade, mas parecem

criar uma dependência da religião.


O filme faz uma viagem pela trajetória de Thomas, suas descobertas, experiências e

apredizados sem dar pistas de ele vem e para onde vai, mas a falta desses elementos

não prejudicam a narrativa. Na casa não é permitido fumar, fazer consumos bebidas

alcóolicas e ter relações sexuais, como é de se esperar no auxilio da recuperação.


Muitas perguntas pairam no ar, especialmente minutos antes do rapaz ter uma conversa com irmã Myriam, Hanna Schygulla, uma freira, que o pergunta se ele está feliz e se ele tem fé. Após essa cena, que surpreende ao público duas vezes em menos de 30 segundos, a história toma caminhos que leva o público calmamente até o final do longa, mas não antes dos reviravoltas no enredo.


The Prayer se mostra um longa corajoso e que consegue apresentar de maneira

humana os dois lados de uma moeda: A fé e o indivíduo e a Igreja como instituição ou

a tentativa de um ato concreto de fé. O ótimo elenco trabalha a serviço da história e

permite através do ponto de vista de Thomas mostrar ao espectador dúvidas pela

quais todos passam em sua vida religiosa ou na ausência dela.


Ainda sem data prevista para estreia no Brasil.

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