Entra ano e sai ano, muito filmes são exibidos. Aqui uma breve lista de filmes que vão sobreviver ao tempo.
The Assistant
Kitty Green
EUA, 2019
Jane (Julia Garner) é assistente de um poderoso executivo. Ela executa sua funções,
pede o almoço para eus colegas, precisa costurar situações com a ex-mulher do chefe, o
qual no qual sua presença não está no quadro. A assistente é a primeira a chegar e
última a sair. Depois de perceber uma situação de assédio, a funcionária reporta o
caso. Com um roteiro bem construído somos transportados para cada pensamento e
situação que a assistente vivencia. Um ficção da diretora australiana Kitty Green
mostra como uma lupa de aumento em um sistema de violências nos ambiente de
trabalho.
There is no Evil
Mohammad Rasoulouf
Alemanha, República Tcheca, Irã, 2020
Quatro histórias compõem There is no Evil, de Mohammad Rasoulouf. São variações
sobre os temas da força moral e sob pena de morte. Heshmat (Ehsan Mirhosseini), um
marido e pai modelo, sai muito cedo todas as manhãs. Para onde ele vai? Pouya
(Kaveh Ahangar) não consegue imaginar matar outro ser humano, mas ele recebe a
ordem. Javad (Mohammad Valizadegan) não tem idéia de que sua proposta de
casamento não será a única surpresa para sua amada no aniversário dela. Bahram
(Mohammad Seddighimehr) é médico, mas não está autorizado a praticar. Quando
sua sobrinha o visita, ele decide revelar a ela a razão. O filme é uma crítica sobre a
pena de morte no Irã. Rassoulouf discorda das autoridades iranianas e seus filmes carregam materiais biográficos. Por essa razão, o diretor é impedido de deixar o país.
First Cow
Kelly Reichardt
EUA, 2019
A diretora e roteirista Kelly Reichardt lança seu olhar perceptivo e paciente sobre o
Noroeste do Pacífico Desta vez evocando um modo de vida autenticamente difícil no
início do século XIX. Um solitário taciturno e hábil cozinheiro (John Magaro) viaja
para o oeste e junta-se a um grupo de caçadores de peles, mas ele só encontra ligação
com um imigrante chinês (Orion Lee) também em busca de sua fortuna. Os dois
colaboram em um negócio bem sucedido, mas sua longevidade esteja dependente da
obtenção de uma matéria prima conseguida de maneira ilegal. Reichardt mostra uma
habilidade para retratar os ritmos peculiares da vida diária e a capacidade de capturar
a imensa e inquietante quietude da América rural. A narrativa bem construída remete
a Old Joy (2006) da diretora, vencedor do Tiger Award em Roterdã.
Favolacce (Bad Tales)
Damiano e Fabio D’Innocenzo
Itália, Suíça, 2020
O longa escrito e dirigido pelos irmãos D’Innocenzo se passa no verão no subúrbio de
Roma. O misterioso mal-estar é crescente. Os pais carregam frustrações. Estão infelizes
porque não moram em um subúrbio melhor, a casa com a qual sonhavam é
inatingível, mas os protagonistas dessa narrativa são os filhos. Recheado de
politicamente incorreto e micro-violências, a história vai atingindo um ponto e traz um
final surpreendente. O longa de estreia do duo foi na mostra panamora de La terra
dell’abbastanza em 2018.
Never Always Rarely Sometimes
Eliza Hittman
EUA, 2020
A jovem Autumn (Sidney Flanigan) cresceu num bairro de classe trabalhadora, tem 17
anos e uma gravidez indesejada. A estudante sabe que não pode contar com sua
família. A protagonista desse drama cheio de camadas decide ir à Nova Iorque para
“dar um jeito na situação”. Sua prima Skylar (Talia Ryder) a acompanha. Uma cena
crucial dá o título do filme de Eliza Hittman. Alienação, medo, impotência violências
são as tintas que dão contorno para as discussões do filme. A realizadora ganhou o
prêmio de melhor direção em Sundance por Beach Rats (2017).